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Conheça a incrível história de Paul O’Neill, o CEO que não acreditou na imperfeição humana

15/04/2024
Imagem: Indiana University Bloomington / Divulgação

Zero acidentes de trabalho?

Os seres humanos não são capazes de serem perfeitos, vamos cometer erros, não importa o quanto você não goste.”

Paul O’Neill não concordou com isso!

Quem foi Paul O´Neil?

Paul O’Neill foi o CEO da Alcoa, uma das maiores empresas produtoras de alumínio do mundo. Sua abordagem revolucionária para liderar a empresa é frequentemente citada como um exemplo notável de como a priorização da segurança pode impulsionar o sucesso organizacional.

Quando O’Neill assumiu a liderança da Alcoa em 1987, em seu primeiro discurso para os acionistas, ele não falou sobre lucros, estratégias de mercado ou produção. Em vez disso, ele se concentrou inteiramente na importância da segurança no local de trabalho. “Eu quero falar com vocês sobre algo que eu acredito que é o mais importante na Alcoa. Eu quero falar sobre segurança.” Essa abordagem inicial chocou muitos, já que a maioria esperava ouvir sobre planos de expansão, lucros, etc.

A maioria das empresas diz que os seres humanos são o ativo mais importante da organização, mas nesses lugares, não há prova de que isso seja verdade, é só algo que dizem.”

Paul O’Neill

Ele se perguntava o que iria fazer quando fosse o líder de uma enorme organização mundial: pelo que eu quero ser lembrado quando sair? Segurança estava no topo da lista e, se após minha saída os números permanecerem bons, eu terei deixado um bom legado.

Segurança é prioridade!

A mensagem de O’Neill era clara: a segurança era uma prioridade não apenas moral, mas também um indicador-chave da eficiência e da cultura organizacional. Ele acreditava que uma empresa que se concentra em garantir que seus funcionários estejam seguros em seu trabalho está construindo os alicerces para o sucesso em todos os outros aspectos.

Para o CEO, segurança era sempre prioridade: em qualquer reunião, segurança era o primeiro item da agenda, inclusive em reunião anual com acionistas ou reunião trimestral com o presidente de cada uma das 28 unidades de negócios. E antes das reuniões, todos recebiam previamente um relatório sobre saúde e segurança.

Atuando em 43 países, a Alcoa já tinha números que registravam acidentes de trabalho bem abaixo da taxa padrão. Enquanto a média era 5, na Alcoa, 1.89 em cada 100 colaboradores tinha uma lesão laboral que o fazia perder ao menos 1 dia de trabalho, marca esta que orgulhava a empresa. Mas o objetivo de O´Neill era ir além.

O objetivo da Alcoa é que quem trabalha aqui nunca seja lesionado no trabalho. Nossa meta é de zero acidentes.”

Paul O’Neill

Com sua meta vieram as razões do porquê isso não seria possível: “nós não podemos pagar”, ou “seres humanos não são capazes de serem perfeitos, vamos cometer erros, não importa o quanto você não goste disso”.

Mas O´Neill foi enfático e disse aos supervisores: “Assim que identificarmos qualquer coisa no nosso ambiente de trabalho que possa levar um funcionário da Alcoa a se lesionar, eu quero consertar. Não quero colocar no orçamento, vamos reconhecer um problema e consertá-lo.“.

E como O´Neil se interessou tanto pela segurança do trabalho?

Algumas vezes, o que move uma organização são histórias infelizes.”

Paul O’Neill

Depois de cerca de 3 meses como CEO, houve um incidente em uma fábrica de extrusão, no Arizona. 

Um garoto de 18 anos, que trabalhava na empresa há umas 3 semanas, pulou uma barreira protetora que o separava da máquina extrusora. Essa máquina, em particular, tinha um braço mecânico que girava a cada ciclo e, às vezes, o alumínio ficava emperrado e ela desligava. Dois supervisores, com mais de 15 anos de empresa, estavam presentes e, provavelmente, o “ensinaram a resolver”.

Ele pulou a barreira e puxou o material de alumínio da engrenagem, liberando o braço mecânico, que deu a volta e o acertou na cabeça, matando-o instantaneamente. Ele tinha uma esposa grávida de 6 meses.

Paul então reuniu todos os executivos e supervisores, revisaram todos os processos e quando terminaram a parte técnica, O CEO disse a todos: “Nós o matamos. Eu o matei porque não fiz um bom trabalho de comunicação, o RH não fez um bom trabalho, o processo de gerenciamento não fez um bom trabalho se assegurando de que as pessoas que estavam nessa cadeia acreditassem que segurança é a coisa mais importante.”.

Para ele, segurança nunca deve ser uma prioridade, mas uma condição prévia para o comportamento organizacional e os envolvidos deveriam aceitar esses acidentes como uma responsabilidade pessoal.

Como Paul O’Neill dizia, três perguntas fundamentais devem ser feitas por todo ser humano que trabalha em uma organização com potencial de grandeza, sem ter nenhuma dúvida quanto a sua resposta. São elas:

1. Você é tratado com dignidade e respeito todos os dias por todos aqueles que você encontra?

Parece uma resposta simples, mas segundo ele, os que respondem fielmente dificilmente conseguem passar desta pergunta, pois há um padrão de comportamento, especialmente em grandes organizações, em que as pessoas interagem umas com as outras de forma diferente. Tendem a não tratar todos com respeito e dignidade, a depender da raça, gênero, nacionalidade, escolaridade, cargo, deficiência, etc. 

Ele destaca a importância do tratamento justo e igualitário dentro da organização. Essa pergunta reflete a necessidade de uma cultura organizacional que promova a equidade e o respeito mútuo entre todos os membros da equipe, independentemente de sua posição hierárquica, origem, identidade ou características pessoais.

A dignidade e o respeito que cada indivíduo é merecedor não tem relação alguma com raça, gênero, nacionalidade, escolaridade, cargo ou deficiência.”

Paul O’Neill

Ele enfatiza que essa abordagem cria um ambiente de trabalho mais inclusivo, motivador e produtivo, onde todos se sintam valorizados e capacitados a contribuir com seu melhor desempenho.

Em essência, essa pergunta busca garantir que a organização promova uma cultura de respeito mútuo e igualdade de oportunidades, onde cada indivíduo seja tratado com justiça e consideração, independentemente de quem são ou do papel que desempenham.

2. Você recebe as coisas necessárias (ferramentas, equipamentos, treinamentos, encorajamento, etc.) para que possa fazer sua contribuição de forma a dar significado para sua vida? 

Não é sobre tornar a empresa mais reconhecida ou rica, mas sobre fazer com que cada indivíduo se encontre numa posição que dê sentido a sua vida, em que ele passa a maior parte das suas horas fazendo. Ele diz que esse também é um teste difícil.

Essa pergunta reflete a crença de O’Neill de que as pessoas são mais produtivas e engajadas quando têm as ferramentas e recursos necessários para ter sucesso em seus papéis. Isso inclui não apenas recursos tangíveis, como equipamentos e treinamentos adequados, mas também apoio emocional e encorajamento por parte da liderança e dos colegas.

Ao garantir que os funcionários tenham o que precisam para realizar seu trabalho de forma eficaz, a empresa não só promove a eficiência e a produtividade, mas também demonstra cuidado e valorização pelos indivíduos que compõem a organização. Além disso, ao oferecer oportunidades de contribuir de forma significativa, a empresa pode ajudar os funcionários a encontrarem um senso de propósito e realização em seu trabalho, o que pode levar a um maior engajamento e satisfação.

Quando o CEO menciona na pergunta “Estou fazendo algo significativo?“, ele está incentivando os funcionários a refletirem sobre o propósito e o impacto de seu trabalho. Essa pergunta sugere que é importante para os indivíduos sentirem que estão contribuindo de forma significativa. Ele quer que as pessoas se sintam envolvidas em projetos e iniciativas que fazem uma diferença real, tanto para a organização quanto para a sociedade em geral, está incentivando avaliarem se estão aproveitando ao máximo seus talentos e habilidades, e se seu trabalho está alinhado com seus valores pessoais e profissionais. 

3. Você é reconhecido pelo que faz?

Ele diz que em todos os países onde trabalhou, identificou a necessidade do indivíduo pelo reconhecimento. O reconhecimento adequado do desempenho dos funcionários é essencial para promover um ambiente de trabalho seguro, positivo e motivador. Ele entende que o reconhecimento não apenas valida os esforços e conquistas, mas também os incentiva a continuarem se esforçando e contribuindo para o sucesso da empresa.

A abordagem de O’Neill para melhorar a segurança na Alcoa foi revolucionária. Ele incentivou uma cultura de transparência, onde qualquer incidente de segurança era investigado minuciosamente e os resultados eram compartilhados com todos os funcionários. Ele também promoveu uma mentalidade de “tolerância zero” para acidentes e lesões no local de trabalho.

Ao longo do tempo, a abordagem de O’Neill provou-se extremamente eficaz. A Alcoa viu uma melhoria significativa na segurança, com taxa de acidentes e lesões praticamente zeradas. Mas, talvez ainda mais impressionante, a empresa também viu um aumento notável na produtividade e nos lucros. O foco em segurança não apenas protegeu os funcionários, mas também impulsionou a eficiência operacional e a qualidade dos produtos.

O caso de Paul O’Neill na Alcoa destaca a importância de priorizar a segurança no local de trabalho como um investimento estratégico para o sucesso organizacional a longo prazo. Sua abordagem visionária e focada na cultura de segurança deixou um legado duradouro não apenas na Alcoa, mas também no mundo dos negócios em geral


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Você que hoje é CEO de uma grande organização, como você gostaria de ser lembrado? Paul entrou para os livros de história como um dos executivos que melhor cuidou da segurança dos milhares de funcionários enquanto esteve à frente da Alcoa, além de impulsionar o crescimento da empresa economicamente. Paul O’Neill se preocupou genuinamente com o ambiente de trabalho e com as pessoas. 

E você, qual será o seu legado? Qual tema acompanhará o seu nome no futuro?

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